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Primeiras oficinas do PLAMUS são realizadas em São José


Metodologia participativa foi aplicada para os cerca de 60 participantes nos dois dias de evento

08/04/2014


Nos dias 4 e 5 de abril, o PLAMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis promoveu oficinas reunindo técnicos municipais e a sociedade civil de São José. As oficinas, realizadas no Centro de Atendimento à Terceira Idade – CATI, envolveram dinâmicas de grupo com foco na análise e diagnóstico das questões de mobilidade urbana e acessibilidade do município. No primeiro dia, participaram técnicos e gestores municipais, entre eles o vice-prefeito e também secretário municipal de Infraestrutura, José Natal Pereira, o vereador Adriano de Brito (PR), o secretário de Defesa Civil, major Wilton Seferino, e membros da Secretaria de Assistência Social, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria da Educação, Fundação Municipal de Esportes, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e da Polícia Militar de São José. No dia 5, as atividades estiveram voltadas às organizações da sociedade civil. Participaram das oficinas as organizações ViaCiclo, representando os ciclousuários, o Instituto do Arquitetos do Brasil (IAB) de Santa Catarina, diferentes empresas de transporte coletivo, o Observatório Social de São José, representantes das Universidades Estadual e Federal de Santa Catarina e associações de moradores locais.

As oficinas foram realizadas em dois turnos, com início às 9 horas e conclusão às 16 horas, e envolveram dinâmicas de grupo específicas para o planejamento orientado para objetivos comunitários, conhecidas como metodologia ZOPP. Helio Costa, consultor em Processos de Participação Social e coordenador das oficinas do PLAMUS, avalia que, através da metodologia utilizada, foi possível traduzir com clareza o ponto de vista das instituições públicas e civis participantes. “Utilizamos uma metodologia participativa bastante adequada para esse público”, disse o coordenador, enfatizando a importância das consultas. Costa destacou que a questão urbana envolve saúde, educação e meio ambiente, além das percepções e ações ligadas ao transporte propriamente dito. No conjunto, as oficinas irão garantir informações para a elaboração das questões de mobilidade urbana, utilizando instrumentos de planejamento e ferramentas como a apostila de participação social que foi distribuída aos participantes. No primeiro momento, iniciando as atividades, os presentes foram divididos em grupos para uma dinâmica que identificou atores sociais envolvidos e os recursos que cada um dispõe para apoiar ações de aprimoramento nas questões de mobilidade e acessibilidade em São José. Nas etapas seguintes, analisaram-se, com base na elaboração da ‘’árvore de explicação do problema’’ e da “árvore dos objetivos” as causas e consequências das questões levantadas e se traçou um plano de ação, através da indicação de projetos apropriados e do estabelecimento de indicadores de resultados.

Segundo o vice-prefeito de São José, José Natal Pereira, as oficinas esclareceram aspectos importantes sobre o relacionamento entre o plano que está sendo estudado para a Grande Florianópolis e o planejamento urbano municipal. “As questões tratadas pelo PLAMUS são extremamente importante para nós. Ainda mais porque estamos próximos de entregar o Plano Diretor. Todo o tipo de experiência trocada aqui nas oficinas será válido para a tomada de decisões voltadas para as melhorias do futuro de nossa cidade”, avalia. Da mesma forma, Edson Cattoni, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) de Santa Catarina, considerou positiva a experiência vivenciada com as oficinas. “Até agora eu tenho visto consistência técnica e um cuidado acima da média. Pela primeira vez, vejo a disponibilização de recursos de toda a ordem sendo investidos em tamanho desafio. Outros planejamentos não contam com esse tipo de pesquisa. Em minha opinião, São José é uma das cidades que mais pode se beneficiar com este tipo de pesquisa pelo fato de ser cortada por BR`s e por não ter solução própria de mobilidade, principalmente no que se refere ao transporte público. São José está estrangulada pelo próprio fluxo. Por isso, esta é uma oportunidade única de desencadear uma qualificação enorme para melhorias locais’’.

Nos dois dias das oficinas, a integração entre modais foi uma questão chave como estratégia para tornar a locomoção entre os municípios mais ágil. Este foi o caso expresso no depoimento do presidente da ViaCiclo, Luis Antonio Schmitt Peters. Ele afirma a importância de se fazer a integração entre as linhas do transporte coletivo da região metropolitana, incluindo as bicicletas: “Gostaria muito que São José conquistasse a capacidade de planejar e executar uma rede cicloviária estruturada e completa. Peters abrange em sua visão um sistema com estacionamentos, ciclovias e todos os fatores possíveis para estimular o uso da bicicleta. A ciclista urbana Juliana Diehl, que pedala há pelo menos 13 anos, acredita nas melhorias que podem resultar de atividades participativas e do planejamento em curso: “Eu espero que o PLAMUS reconheça o sistema de mobilidade em sua integralidade a fim de fundamentar uma alternativa para o bem coletivo, sem privilegiados’’.

Dando continuidade à programação, já na parte da tarde, os participantes foram convidados a escolher um dos problemas de mobilidade identificados durante a oficina para desenvolver um plano de ação. Dentre os indicadores de resultado estabelecidos pelos técnicos municipais e representantes da sociedade civil, foram destacados itens como melhora no índice de satisfação dos usuários dos sistemas de transportes, diminuição no tempo dos deslocamentos, aperfeiçoamento da acessibilidade e da segurança viária. O representante do SETUF – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis, Gildo Formento, acredita que os estudos em curso poderão resultar em um diagnóstico adequado para a problemática da mobilidade. Segundo Formento, há duas maneiras de tornar o transporte público da região metropolitana atrativo para os usuários: a primeira é melhorar a questão de velocidade dos ônibus ao fazer o trajeto e também trabalhar para oferecer um transporte público de qualidade.

Representando o Conseg Setor 1, Conselho de Segurança das Comunidades de Ponta de Baixo, Centro Histórico e Praia Comprida, Jane Maria de Souza Philippi traduziu as expectativas em relação às propostas de soluções elaboradas ao longo da oficina da Sociedade Civil: “Espero que sejam aceitas e entregues aos técnicos da prefeitura para que futuramente sejam transformadas em ações concretas para a sociedade”. O representante da Universidade Federal de Santa Catarina, Prof. Werner Kraus, acredita que as discussões ocorridas durante as oficinas são parte fundamental dos estudos do PLAMUS, através do envolvimento com as pessoas. “Nós precisamos aproveitar o PLAMUS para nos reunirmos como sociedade civil, apoiando o projeto e replicando esses momentos entre nós com uma discussão para toda a região metropolitana”.

Daniely Votto, gerente de Relações Estratégicas da EMBARQ Brasil e uma das responsáveis pelas oficinas do PLAMUS, orientou o encerramento das atividades, lembrando a todos da importância de se levar as discussões e ações adiante. Daniely destacou que cada representante da sociedade civil, gestor ou técnico municipal presente nos dois dias de dinâmicas e discussões é corresponsável pela ampliação da participação da sociedade e pelo aprofundamento do debate. “Não devemos ficar passivos, o processo todo depende de nós”, salienta. O coordenador das oficinas Helio Costa, considerou como surpreendente a percepção dos problemas de mobilidade urbana revelada pelos participantes. Ele observou também que “houve comprometimento e participação nas discussões da parte de todos nas dinâmicas das árvores dos problemas e dos objetivos, demonstrando serem equipes capazes de cobrar resultados de políticas públicas, especialmente com relação à mobilidade urbana.”

Assim como São José, outras 12 cidades receberão as oficinas do PLAMUS: Biguaçu, em conjunto com os municípios de Antônio Carlos e Governador Celso Ramos, Florianópolis, com oficina exclusiva, e Palhoça, que acolherá participantes das cidades vizinhas de Águas Mornas, Angelina, Anitápolis, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São Pedro de Alcântara. O material desenvolvido nos encontros ajudará a fundamentar Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis.

As próximas etapas de estudo do plano preveem também o início da pesquisa de Origem/Destino em toda a região e uma Pesquisa Domiciliar. Os levantamentos se estenderão até o mês de junho e incluirão visitas a cerca de cinco mil residências na região metropolitana de Florianópolis.

A participação dos moradores da Grande Florianópolis, tanto colaborando com as pesquisas domiciliares quanto participando nas oficinas, terá grande importância no resultado final apresentado. Fique ligado nos canais de comunicação do PLAMUS e acompanhe o calendário das oficinas aqui!

Imagem 1: O coordenador das Oficinas do PLAMUS, Hélio Costa, conduziu as dinâmicas participativas para técnicos, gestores municipais e sociedade civil. [Ricardo Farias]
Imagem 2: O coordenador técnico do Plamus, Paulo Sérgio Custódio, realizou palestra sobre Mobilidade Urbana na abertura da oficina para técnicos e gestores municipais. [Ricardo Farias]
Imagem 3: Participante da oficina para a sociedade civil, Jane Maria de Souza Philippi, é presidente do Conselho de Segurança das Comunidades de Ponta de Baixo, Centro Histórico e Praia Comprida. [Ricardo Farias]

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